Vou fazer o caminho de volta depois de 2 anos a viver no Norte da Europa. Vou ser turista na Lisboa nova e cheia de visitantes. Pergunto-me o que é novo e o que vou reconhecer como familiar e fazendo parte da minha estória. Malas feitas, autorizações passadas e impressas.
Recta final. Relaxar durante um perfeito dia de Primavera em Copenhaga. Tento adormecer ao som de uma gravação de sons de pássaros e água a correr. Conto pastéis de bacalhau.
Como de costume não dormi, mas compensei as horas perdidas dentro do avião. A escolha de lugar não poderia ter sido melhor: fila 13, ao lado da asa. Tenho esperança de o meu ressonar se tenha confundido com o barulho do motor do avião.
Após cerca de 4 horas aterramos em Lisboa. As nuvens eram tão espessas que não conseguia perceber onde estava, mas confiei na palavra do capitão.
Passamos pelos rituais de parar nas casas de banho, café e esperar pelo carro da Uber. Chegamos hotel 2 horas antes do horário normal de check-in, mas fomos encaminhados para um quarto de acordo com o que tinha sido solicitado.
Num Domingo á tarde muitas lojas estão fechadas pelo que a escolha obvia foi o “El Corte Inglés”. Lisboa está diferente. Parece ter menos pessoas e gosta de sair mais tarde para uma refeição em familia (ou eu estou a torna-me nativa nos horários das refeições). Agora vivo em cima do muro dos habitos e costumes, como qualquer emigrante. Espero estar a fazer a escolhas correctas e aproveitar o que de melhor cada um dos paises tem para oferecer.
Já não é um sonho!
Estaladiço e com o sabor a bacalhau desaparece em três consoladas dentadas.
Fui atacada por uma saudade dos lattes das coffee houses de Copenhaga e entrei numa em plena Lisboa pertencente a uma cadeia internacional. O meu marido foi fiel ao seu pastel de nata e bica. Fiquei contente por já haver alternativa para os intolerantes à lactose como eu, mas senti a falta do sabor intenso a café e arte de um verdadeiro latte. Valeu pelo esforço.
O ambiente é descontraído e a sala muito maior do que aquelas que encontro no Norte da Europa. Aqui os candeeiros parecem ser só parte da decoração devido ás janelas rasgadas e á luz de Lisboa.
Passei pela loja de departamentos para abastecer-me com os chás que mais gosto: Maçã e Canela, Verbena, Vermelho e Roibos. Comprei o suficiente para um ano.
O trânsito, poluição e barulho de Lisboa fazem-me pensar no previlégio de viver numa cidade calma e pouco poluída. Troquei a luz pelo huggye. Mas continuo a apreciar a beleza da calçada da Avenida da Liberdade e das zonas históricas.
Se quisermos uma refeição mais económica aconselho os locais fora das rotas normais turísticas.
De volta a casa fiquei com uma boa recordação do tempo que passei em Lisboa e pronta para visitar outras capitais europeias, apesar de o tempo passado dentro dos aviões ser incomodo pela falta de espaço e tempo de espera para assegurar o controlo de segurança.